Na tempestade vi minha flor pela janela, estava ela tremula quase sendo arrancada do solo molhado, pronta para me deixar.
O que poderia eu, mero homem fazer com aquela pequena.
Pensei em sair meio à chuva e arrancá-la do chão, plantando-a com cuidado em um belo vaso, para que após a tormenta pudesse recolocar a mesma de volta ao local de onde foi retirada.
Então o fiz, antes que o vento levasse a pequena, fui de peito aberto, caminhando com dificuldade, as pedras de granizo me maltratavam o corpo, me ajoelhei e a arranquei com as mãos, levando parte dele junto com ela.
Plantei a flor em um vaso, deixei-a guardada dentro de casa, e no local de onde ela saiu ficou apenas um buraco, e no fundo do buraco raízes.
A pequena mora agora longe daquele quintal chamado coração, mas esta guardada com carinho no vaso da lembrança, o buraco esta se fechando com o tempo, e a cada tempestade ele se enche de pequenas gotas que ao cair também levam um pouco de terra para cicatrizar o chão ainda maltratado.
Hoje me lembro da antiga flor com saudade, olho o vaso e vejo que não é mais a mesma, mas onde antes havia uma flor, hoje nasceu um belo gramado, e as raízes deixadas pela flor nunca deixaram de existir, apenas ajudaram a cuidar do solo para a próxima flor que nascerá naquele campo antes molhado e hoje apenas regado pelas tempestades de amor.
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